Política e
religião se misturam?
Qual a
interferência da religião na política?
Resposta:
Não deveria, mas se misturam.
No Brasil Colonia, no Brasil
parte do Reino Unido com Portugal e Algarves, no Brasil Imperial, na Primeira
Republica ( 1889 – 1930), na Segunda
República ( 1930-1937), no Estado Novo, que alguns chamam de Terceira Republica
(1937 – 1946), na Quarta República , que
alguns chamam de República Nova ou República de 46 ( 1946-1964) a influência do
Clero da Igreja Católica Apostólica Romana foi muito grande, foi muito forte.
No Brasil Colonia os jesuítas,
a Companhia de Jesus fundada por Inácio de Loyola, religioso espanhol nascido
em Azpeitia, no País Basco, 31 de maio de 1491 e falecido em Roma, no Estado Pontifício
Domínio de São Pedro, 31 de julho de 1556, tiveram grandes atuações.
A Companhia de Jesus se tornou a principal força da Igreja Católica
no processo da Contrarreforma, contra os Protestantes.
Os primeiros padres jesuítas chegaram
com o Govenador Geral Tomé de Sousa em 1549, chefiados por Manuel da Nóbrega, e
eram eles Leonardo Nunes, João de Azpilcueta Navarro, Vicente Rodrigues,
Antonio Pires e o irmão Diogo Jácome, em São Salvador da Baia de todos os
Santos, a atual Salvador, capital do Estado da Bahia.
Depois vieram José de Anchieta, Antônio Vieira.
Devido ao prestigio que
gozavam na Cristandade “em 1553, os jesuítas do Brasil passaram a ser
organizados enquanto Província da Companhia, independente da Província
Jesuítica de Portugal, foi a primeira província jesuítica a ser estabelecida no
continente americano”.
Através dos Colégios, das
Missões ou reduções - os aldeamentos ou povoados indígenas organizados e
administrados pelos jesuítas como parte
de sua obra de cunho civilizador e evangelizador – dos grandes latifúndios denominados
de Sesmarias doados por El-Rey de Portugal para nelas instalarem conventos com
a obrigação de cultivá-las e povoá-las, os padres jesuítas tiveram grande influência
no Período Colonial.
O conjunto de aldeamentos ou povoados
mais famoso são os” Sete Povos das Missões” composta pelas Missões ou reduções
de São Francisco de Borja, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço
Mártir, São João Batista, São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custódio, na Região
do "Rio Grande de São Pedro", atual Rio Grande do Sul, fundadas pelos
jesuítas espanhóis, que foram posteriormente expulsos do Brasil e se abrigaram
no Uruguai.
Em Portugal sua força crescia
ano a ano e com isso se imiscuíram na política do reino criando um verdadeiro
Estado dentro do Estado português – um reino dentro do Império português que
com suas ligações suas ligações internacionais eram um entrave ao
fortalecimento do poder régio - inclusive se envolvendo com uma rebelião contra
Dom José I, pela Graça de Deus rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e
d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da
Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc, através
do padre Gabriel Malagrida, italiano de nascimento que havia andando pelo
Brasil Colonia e que fez tantas e boas que acabou desterrado para Setúbal, em Portugal,
onde recebia “ muitas pessoas conservadoras, que o consideravam um homem sábio
e santo, entre as quais membros da família Távora, um família das mais nobres e
poderosas do reino com entroncamento nas Casas de Aveiro do Duque de Aveiro,
Cadaval do Duque de Cadaval, São Vicente do Conde de São Vicente e de Alorna do
Marquês de Alorna”.
A chefia da Casa de Távora
cabia a Dona Leonor Tomásia de Távora, 3.ª Marquesa de Távora e 6.ª Condessa de
São João da Pesqueira. casada com Francisco de Assis de Távora, 3.º Conde de
Alvor.
Vamos o que disseram sobre Dona
Leonor:
Quando o 3.º Conde de Alvor se
tornou Vice-Rei das Índias, ela o acompanhou, pois era uma mulher “ movida pelo
orgulho e pela ambição” e a posição de Vice- Rainha lhe era muito agradável.
De volta a Portugal manifestou
grande interesse pela política do reino e se posicionou conta o Marques de
Pombal.
Ligou-se aos jesuítas através do
padre Gabriel Malagrida “não só o seu conselheiro espiritual, mas que influenciava
toda as suas ações políticas”.
“Logo sua casa, o Palácio das
Janelas Verdes, onde atualmente funciona o Museu Nacional de Arte Antiga, se
tornou um foco de oposição contra o Marques de Pombal, que estava ciente disso”.
“Era um entra e sai de jesuítas
e de nobres insatisfeitos com o governo que dava até gosto, e Marques de Pombal
, que estava ciente disso”.
“Instigadora regicídio contra Dom José I, a Marquesa de Távora foi presa em
sua casa, na noite de 13 de dezembro de 1758, e levada a ferros para o Palácio
de Belém. No dia 12 de janeiro de 1759, sua sentença foi dada: ela seria
decapitada, e todos os seus bens seriam confiscados pela Câmara Real e assim se
deu.”
Uma curiosidade: A Imperatriz
Dona Amélia, viúva de Dom Pedro I, e sua
filha, a Princesa do Brasil Dona Maria
Amélia Augusta Eugênia Josefina Luísa Teodolinda Heloísa Francisca Xavier de
Paula Gabriela Rafaela Gonzaga, nascida em Paris, 1 de dezembro de 1831 e falecida em Funchal, 4 de fevereiro de 185,
cognominada "A Princesa Flor", residiram no Palácio das Janelas
Verdes.
Dom Jose I era um femeeiro e
tinha como amante Teresa de Távora, uma das senhoras da Casa de Távora e ao
sair de sua casa na madrugada de 3 de
setembro de 1758, a bordo de uma caleche conduzida por seus fiel escudeiro Pedro
Teixeira, um fato que pouca gente sabia, mas que os Távoras tinham
conhecimento, “ Sua Majestade foi emboscado por três homens à cavalo, sendo que
um deles disparou a pistola bem de perto, quase que da janela do coche. Pedro
escapou ileso, mas a bala rasgou o soberano. Sangrando, o rei foi conduzido a
um cirurgião de confiança, mas não morreu, pois só veio a falecer inapto para
governar devido à loucura desde 1774, em Sintra no dia 24 de fevereiro de 1777”.
Por trás do atentado estava a
Mão Negra dos Jesuítas, porque o Superior Geral da Companhia de Jesus é chamado
de O Papa Negro, dado o seu poder e sua batina negra, muitas vezes com posições
antagônicas com o Papa Branco, o Bispo de Roma, o líder mundial da Igreja
Católica Apostólica Romana.
Naquela altura do atentado e
da expulsão dos jesuítas de Portugal e domínios era o Papa Negro o padre
jesuíta italiano Lorenzo Ricci, décimo
oitavo superior geral de 1758 a 1773.
Regicídio é o assassinato de
um Soberano, portanto como Dom José I não morreu não o podemos considerar o
atentado como tal, e sim como ficou historicamente conhecida o “Processo dos Távoras”
de setembro de 1758.
Os Távoras e seus familiares –
menos a amante real que foi conduzida para um Convento das Trinas do Rato,
Lisboa, lá falecendo esquecida e na miséria - foram presos depois do atentado contra
a vida de El-Rey e condenados à morte, porém, a Companhia de Jesus foi expulsa de todo o Império Transcontinental Português em
3 de Setembro 1759 por decreto real concebido por Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de
Pombal e Conde de Oeiras, então Secretário de Estado do Reino.
A Quinta da Boa Vista, cujo palácio
agora pecou fogo, era “ nos séculos XVI e XVII uma fazenda dos Jesuítas, mas com
a expulsão deles a propriedade foi passada a particulares como ao comerciante português Elias Antônio Lopes
que em 1803 construiu o casarão sobre uma colina, da qual se tinha uma boa
vista da Baía de Guanabara – o que deu origem ao atual nome da Quinta da Boa
Vista”.
Elias Antônio Lopes, um
traficante de escravos, para conseguir boa reputação junto ao Príncipe Regente Dom João, futuro Dom João VI, “ em 1808, deu a
Quinta as Boa Vista ao príncipe recém chegado ao Brasil para que ele morasse
nela em lugar de morar no insalubre Paço dos vice-reis, na atual praça XV.”
Com Dom João além da rainha
Dona Maria I, a Família Real, veio a grande maioria da Corte, mas bispos,
padres, juízes, militares, advogados, serviçais, suas respectivas famílias,
quase 15.000 pessoas” e assim o ranço da Religião e a influência dos padres vieram
com toda força para a antiga Colonia /principado do Brasil
que acabou virando Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Com tudo os Patriarcas de
Lisboa não vieram com a Corte para o Brasil, mas lutaram contra os franceses invasores
e Dom Carlos I, nascido Dom Carlos da Cunha e Meneses, um filho do 4.º Senhor
de Valdigem, 6.º Cardeal-Patriarca de Lisboa, se tornou Regente do Reino
durante a permanecia de Dom João VI no Brasil a ocupando até 15 de setembro de
1820.
Era a Igreja Católica fazendo
com que a Religião se misturasse com a política.
Em 3 de julho de 1821 Dom João
VI chegou em Lisboa de retorno do Brasil
O país estava dividido e a rainha
Dona Carlota Joaquina e seu filho Dom Miguel chefiavam o partido opositor ao
Grande Soberano Luso-brasileiro.
Dom João VI convoca Dom de Patrício
I, nascido Patrício da Silva, 7. º Patriarca de Lisboa, e o nomeia ministro e
secretário do Ministério dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, cargo que
exerceu entre 14 de Maio de 1824 e 15 de Janeiro de 1825.
Era a Igreja Católica fazendo
com que a Religião se misturasse com a política.
“Dom Francisco II, nascido Francisco
Manuel Justiniano Saraiva, foi filho de Manuel José Saraiva e de sua mulher
Leonor Maria Correia de Sá, ambos de Ponte de Lima, por pressão da Rainha Dona
Maria II, filha de Dom Pedro I e de Dona Leopoldina do Brasil, irmã de Dom
Pedro II, em 1840, feito 8.º Patriarca
de Lisboa, título em que foi confirmado em 3 de abril de 1843 pelo o Papa
Gregório XVI elevou-o ao cardinalato (no vigésimo primeiro consistório do seu
pontificado), sem que, contudo, jamais tivesse recebido pessoalmente o título e
o barrete cardinalício”.
Era a política se misturando
com a Religião.
Enquanto isso no Império do
Brasil.
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